- Fique tranquilo!
- Fale a verdade!
- Seja proativo!
A Entrevista, assim como os testes
psicológicos, são tidos como os “bichos papões” do processo de Recrutamento
& Seleção e realmente são. Neste processo, nos dois lados da mesa, há uma
fase de preparação que não pode e não deve ser delegada à experiência: cada
entrevista é um momento único para os dois lados – Entrevistado e
Entrevistador.
As dicas que encabeçam este artigo
servem para os dois lados. Ambos devem estar conscientes que estão iniciando a
construção de um relacionamento que poderá ser para toda a vida: de um, de
outro ou de ambos. Experiências, boas e más, marcam a vida pessoal e
profissional das pessoas. Então, façamos que nossas lembranças sejam boas histórias
para contar na nossa aposentadoria.
Não psicólogo, escrevo como Gestor
de Pessoas que – estando dos dois lados da mesa - já realizou centenas de
entrevistas de emprego, para promoção e para desligamento de pessoas. Nenhuma
delas foi um momento fácil. Já cometi erros graves, mas já contribui para mudar,
positivamente, a vida de pessoas a partir de uma aprovação numa entrevista.
Para contribuir com a preparação
dos dois lados da mesa, separei, com os devidos comentários, os “5 Principais Erros” e as “10 Perguntas Mais Frequentes” em
Entrevistas de Emprego que colecionei nos anos de experiência e em mídias
especializadas.
Comecemos pelos Erros!
1 – Chegar Atrasado
Chegar atrasado numa entrevista, além de
desorganização, demonstra que o candidato não está dando o devido valor à
entrevista. A displicência com o horário mostra que você não priorizou tal
compromisso em sua agenda. Além disso, fazer uma pessoa esperar é falta de
respeito. Tempo é um recurso escasso, logo, deve ser bem aproveitado. Caso
você, por algum motivo, atrase na entrevista, informe imediatamente o
entrevistador. Verifique se é possível passar um candidato na sua frente, ou, se
necessário, remarque a entrevista. Se você chegou no horário, mas tem
compromisso para mais tarde o ideal é avisar o entrevistador de antemão. Não
faça a entrevista na correria para não se sentir pressionado. Isso pode
prejudicar seu desempenho.
2 – Usar Roupas
Inadequadas
Hoje em dia, os jovens são muito despojados. Na
faculdade, não há nada de mal nisso. Agora, para a entrevista de emprego, não
custa melhorar um pouco o visual. Isso não quer dizer que todo candidato a
estágio ou jovem recém-formado deva vestir terno e gravata ou, no caso das
meninas, tailer e scarpin. É preciso saber escolher a roupa e adequar o
vestuário a cada tipo de empresa. Uma agência de publicidade, por exemplo,
permite um visual mais informal. Agora, se a entrevista é para uma instituição
financeira, é óbvio que o candidato terá de seguir a regra básica: esporte
fino. Lembre-se: o que deve prender a atenção do entrevistador é o seu conteúdo
e não a 'embalagem', portanto, jamais vá para a entrevista de chinelo, regata,
roupa decotada, barriga aparecendo, saia curta ou short.
3 – Não Conhecer a Empresa
É muito comum que os candidatos partam para a
entrevista de emprego sem saber sobre a empresa em questão ou sobre o setor em
que ela está inserida, quando na verdade, ele deveria estar munido do maior
número de informações possível. Se a empresa de recrutamento não divulgar qual
é a companhia que está em busca de candidatos, ela deverá, ao menos, informar
sobre o setor. Tem mais chance de sucesso o candidato que sabe se posicionar na
entrevista porque domina o assunto trabalho, em detrimento daquele que não se
deu ao trabalho de pesquisar mais sobre a empresa em questão. Sempre repito
isso para meus alunos: informação nunca é demais.
4 – Mentir Sobre suas Qualificações
Mentir na entrevista é o mesmo que dar corda para
se enforcar. Inventar cursos, referências e pequenos sucessos colocam o
candidato numa situação vulnerável porque, caso seja contratado, terá de sustentar
essa inverdade por muito tempo. E como diz o ditado: mentira tem perna curta,
hora ou outra seu deslize será descoberto. Aí o prejuízo será bem maior. Uma
vez que seu superior descobrir que você não tem as habilidades destacadas na
entrevista, perceberá que seu perfil não atende às necessidades da empresa, e
mais, que errou ao apostar em sua seleção. Ao ser contratado, o indivíduo
precisa ter claro que convenceu o recrutador de possuir determinadas
competências. Ao mentir, não só estará provando que não as tem como atestará
sua falta de caráter ao faltar com a verdade. Isso deixará o recrutador
descontente duas vezes e poderá resultar em demissão comprometendo, inclusive,
futuras recomendações.
5 – Falar Mal do Emprego ou Chefe Anterior
Mesmo que esteja com raiva da empresa ou do chefe
antigo, jamais fale mal deles na entrevista de emprego. Essa atitude é vista
com maus olhos por 99,9% dos recrutadores. Na entrevista de emprego, o
recrutador não está interessado em ficar por dentro de 'pendengas' cujas
pessoas e razões ele simplesmente desconhece. Seu objetivo é investigar de que
maneira seu perfil profissional e suas qualificações poderão ser úteis para a
empresa. Caso você vá logo partindo para o discurso de que estava infeliz no
emprego anterior porque seu chefe o perseguia, além de desviar o foco da
entrevista, estará levantando questões que podem levar o recrutador a repensar
sua contratação. Afinal, numa situação de conflito, é preciso avaliar a parcela
de culpa de ambas as partes. Além disso, falar mal da empresa ou do antigo
chefe revela uma postura antiética de sua parte, pois se tratam de segredos e
detalhes de um negócio do qual você não faz mais parte. Mas, atenção: isso não
quer dizer que você deva mentir, e sim, contornar a situação. Uma boa saída é
dizer que saiu da empresa por estar em busca de novos desafios profissionais.
É claro que existe uma vasta literatura, disponível
na internet, sobre “Erros em Entrevistas de Emprego”, mas destaquei estes cinco
por considera-los decisivos na avaliação do candidato. Minha avaliação é estes
são erros imperdoáveis.
Agora vejamos as Perguntas mais frequentes e o
objetivo das mesmas.
1 – Por que
você escolheu esta carreira?
É uma das primeiras perguntas que podem aparecer. O objetivo é entender
se a escolha foi algo que veio de família, ou se é uma vocação. Trazer
interesses que o levaram a trilhar esse caminho profissional e aspectos da sua
formação são oportunos neste momento, dizem os especialistas.
2 – Fale sobre
suas experiências profissionais anteriores
Com intenção de saber um pouco mais do que o exposto no currículo,
recrutadores geralmente pedem que candidatos descrevam as atribuições e funções
em cargos ocupados por eles.
É bastante comum que as pessoas serem muito detalhistas e começarem a
relatar as experiências profissionais desde o início. O passado é importante,
mas quando se trata de um profissional com mais de 10 ou 15 anos de profissão,
o que conta mais para aquela oportunidade é a experiência mais recente, dos
últimos 5 ou 6 anos.
3 – O que você
construiu nas empresas e cargos pelos quais passou?
A intenção da pergunta é verificar o que foi marcante para a carreira do
entrevistado e quais foram os projetos mais importantes dos quais participou. É
interessante que o sucesso das empreitadas seja quantificado de alguma forma.
Cada segmento quantifica de um jeito, então pode ser em volume
financeiro, ou em eficiência, por exemplo, mas o importante é provar isso de
alguma forma.
4 – Quais foram
as motivações para as mudanças na sua vida profissional?
Com as informações sobre a trajetória profissional, o recrutador quer
entender o que motivou cada mudança de cargo e empresa. É importante que o
profissional traga fatos reais que o impulsionaram em cada mudança. Por
exemplo, um convite para trabalhar em uma empresa com o dobro do faturamento
anual, oportunidade de ocupar um cargo com mais responsabilidade, um convite de
um ex-chefe para uma função de maior expressividade. Apresentar a questão
financeira como única e exclusiva fonte de motivação não cai bem. A questão
salarial é importante, mas os entrevistadores querem ouvir mais.
5 – Qual o
motivo do desligamento da empresa?
Se entre as mudanças na trajetória profissional há demissões, é raro o
recrutador não querer saber o motivo. Não existe discriminação em relação à
demissão. O que está sendo avaliado são os motivadores. Em outras palavras,
esteja preparado para dizer a razão pela qual você foi o escolhido e não outra
pessoa.
6 – Como foi o
seu pior dia de trabalho?
Essa é uma pergunta frequente nas chamadas entrevistas por competência.
O objetivo aqui é descobrir como o candidato age em situações adversas. É o
conteúdo da vivência profissional do candidato que vale neste momento. Neste
caso não há resposta mais certa do que a outra. As pessoas só não podem se
esquecer de que estão sendo avaliadas. Por isso, cuidado para não expor uma
situação que comprometa a sua imagem.
7 – Dê um
exemplo de uma situação em que você tenha se esforçado, além do normal, para
atingir um resultado.
O comprometimento do candidato com o trabalho fica evidente a partir da
resposta a esta pergunta, que também é um exemplo de entrevista com foco em
competência. Ou seja, é a partir desta situação real que o comprometimento e o
envolvimento daquela pessoa com a empresa e o trabalho vão ser avaliados.
8 – Quais foram
os principais desafios que você enfrentou?
Mais uma vez a intenção é avaliar as atitudes do profissional. O “pulo
do gato” para se sair bem em uma entrevista neste estilo é a maneira como as vivências
são apresentadas, porque é certo que cada candidato vai trazer uma resposta
diferente. As pessoas precisam praticar antes de participar de uma entrevista
com foco em competência porque é necessário pensar na trajetória profissional.
9 – A empresa
para qual você trabalhava fazia avaliação de desempenho? Como você se saiu?
A questão levantada com esta pergunta é o foco do candidato em
resultado. O recrutador quer saber se ele entregava os resultados esperados
pela empresa. Se a pessoa não conseguiu atingir as metas, é preciso estar
preparada para explicar os motivos que o impediram. O recrutador também
vai querer saber o que ele fez durante a trajetória para reverter a situação,
se comunicou ao superior direto de que não conseguiria entregar o que foi
combinado ou se deixou para avisá-lo apenas no dia da avaliação.
10 – Você se
lembra de algo que tenha acontecido que tenha sido um obstáculo para realizar
uma tarefa?
Obstáculos aparecem diariamente e é importante, na
visão dos recrutadores, entender como as pessoas agem (ou reagem) nesses casos.
Além de explicar qual era o obstáculo, o candidato deve contar o que ele fez
para solucionar a questão, se comunicou rapidamente o superior sobre problema.
Espero que as questões aqui levantadas nos Erros e
Perguntas possam contribuir para a preparação dos dois lados da mesa, para
qualificar o processo de Recrutamento & Seleção. Rotatividade de Capital
Humano não é interessante para ninguém.
#ficamasdicas #qualificaçãoétudo #boaentrevista
Vital Sousa
integrum
Consultoria