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Imagem: Blog Voz da Mata Norte |
A
internet simplesmente não perdoa, ou seria o Whatsapp, ou em primeira instancia
a “boca do Povo”? Independente do meio de comunicação, nos dias atuais, é
impossível para uma agência de publicidade, poder se dar ao luxo de afirmar
categoricamente que uma intervenção é “matadora”! Mesmo que tenha utilizado os
seus melhores criativos, ter feito a melhor pesquisa, pois o que realmente
importa é como as pessoas vão perceber e receber a mensagem.
Nem
sempre o que imaginamos acontece. Na grande maioria das vezes, o resultado é
bem diferente do proposto; a percepção é bem diferente da mensagem. Muitas vezes, um tremendo fracasso acontece,
simplesmente, porque “alguém acreditou que iria dar certo”.
Um
bom exemplo disso é a “Praça do Frango”. Ou seria o “Relógio do Frango”? A
dúvida que antecede a definição do caso é o que seria exatamente a intervenção
criada na “Praça do Povo”. É um “Relógio com Publicidade” ou é uma “Publicidade
com Relógio”. A única certeza que temos é que marca as horas, a temperatura e
chama a atenção, muita atenção! Sua presença é tão gritante que quase dá para
ouvir o seu cocoricó! O tão esperado Relógio chegou e mesmo durante a sua
montagem a polêmica já o acompanhava.
Está
formada a polêmica: meios de comunicação; enquetes; boca-a-boca; conversas de
bar, restaurante e todos os tipos de estabelecimentos onde se aglomere mais de
uma pessoa. A comunicação não para! Opiniões contra, opiniões a favor, ataques,
defesas e uma unanimidade nas conversas reais e virtuais: o Frango. Aliás, o
frango que é “muito mais frango”. Nesse
turbilhão de ideias algumas questões precisam ser levantadas para o bem e o
futuro da Propaganda e Publicidade.
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Por qual lente (o imaginário de cada um) as pessoas estão interpretando a intervenção?
Como cidadãos consumidores? Ou como correligionários?
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Qual a proposta da intervenção. Acima de qualquer bandeira, quais as condições
da parceria do poder público x iniciativa privada?
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Teremos outras intervenções no mesmo estilo? Outros outdoors com publicidade e
informações de utilidade pública?
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O que especificamente está chamando a atenção das pessoas? A figura do Frango?
O exagero da mensagem escrita e “esculpida”? A falta de coerência entre
Utilidade Pública e Publicidade?
-
Como os responsáveis vão solucionar a polêmica? Retirando o Frango ou
permitindo outras intervenções, usando o princípio da isonomia?
Se
a Mauricéa pode outras Empresas também poderão colocar seu outdoors em outras
praças, usando para isso o artifício da Utilidade Pública. Outdoors marcando
horas e telefones úteis; ou ainda; horas e horários dos ônibus urbanos, et cetera
e tal.
“Gosto
não se discute” diz o dito popular. Para os realizadores da intervenção, deixo
os questionamentos acima e alguns outros abaixo:
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Pensaram na possibilidade de que uma intervenção mal interpretada é difícil de
consertar?
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Pensaram na possibilidade de executar a intervenção com transparência (projeto
público), levando em consideração a opinião dos donos da praça: o Povo?
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Pensaram na possibilidade de homenagear um ícone popular ao invés de exaltar o
Frango?
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Avaliaram a disposições dos donos da praça para interpretar e entender as
pretensões dos realizadores da intervenção?
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Avaliaram o quanto é importante avaliar tanta coisa antes de realizar uma intervenção
do porte do “Relógio do Frango” ou da “Praça do Frango”?
Espero
que a polêmica seja resolvida; espero que o Frango não cresça, não crie vida e
nos deixe dormir em paz. Só não espero que a “Floresta dos Leões” por isonomia
se transforme na Floresta dos Outdoors!
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God save the chicken!!!
Vital Sousa
integrum
Consultoria