Lojas Conceito... Lojas Verdes... Lojas Prime... Atualmente estamos presenciando um verdadeiro boom na implantação desses modelos de lojas.
Sem querer ser o Advogado do Diabo e já sendo:
1 - Existe algum estudo sobre a viabilidade destes
negócios para as Emergentes Classes C e D?
2 - Estarão os pequenos / médios varejistas prontos
para encarar as influências desta Tendência / Evolução em seus pontos de vendas?
Para uma considerável fatia da população que começa a ter
acesso a gêneros alimentícios, até a pouco considerados supérfluos, Lojas
Conceito, Verdes e Prime, me parecem um despropósito, se não houver um forte aparato de esclarecimento desta população. Da mesma forma, pequenos e médios
varejistas precisam estar atentos ao que costumo chamar de 'Terror Verde'.
É inegável o desenvolvimento do Pequeno / Médio Varejo
Alimentar - com destaque para o advento das Redes Associativas - mas uma grande
parcela dos Varejistas ainda sobrevivem na "Era da Caderneta". E, se
sobrevivem, atendem a um target específico de Clientes. Não recomendo a
manutenção das atuais condições do Pequeno / Médio Varejo Alimentar, da mesma
forma não recomendo a forma de comunicar a necessidade de Desenvolvimento dos
Pontos de Vendas para atender a um novo Perfil de Consumidores.
Já está provado que o Varejo de Vizinhança não se acabará...
Então porque insistem em fazer terrorismo com pequenos empreendedores que ainda
não têm acesso a toda informação sobre as Tendências do Varejo? A resposta é
simples: vender equipamentos. Não acredito que este seja o melhor caminho para
a Venda.
Este terrorismo, tem levado muitos
empreendedores ao engano fatal de modernizar Pontos de Vendas, sem a necessária
e adequada modernização da Gestão do Negócio. Investimentos estão sendo jogados
no Lixo pelo despreparo dos empreendedores. O dinheiro "fácil" do BNDES tem
alimentado uma "Indústria de Modernização" que não prioriza o Planejamento e a
Reestruturação da Gestão do Negócio.
De forma bastante simplista, "Loja Bonita" tem virado sinônimo de "Negócio Rentável" e "na ponta do lápis" não está se medindo o ponto
de equilíbrio do novo negócio e muito menos como alcançá-lo. Com esta visão, a
euforia dos dias de inauguração, dos novos Pontos de Vendas, rapidamente se
transformam em depressão com a dispensa de colaboradores recém contratados: como sempre, a
primeira atitude para reduzir custos.
A partir deste ponto, o Varejista entra no ciclo vicioso
de reduzir custos e consequentemente a perda de qualidade no atendimento, levando à perda de
Clientes. Ciclo do qual não sairá sem novos investimentos.
O esclarecimento dos Varejistas é, portanto, a primeira etapa para a modernização do Ponto de Vendas e da Gestão do Negócio. É inconsequente afirmar que a simples reforma de uma Loja seja responsável pela evolução do negócio.
Vital Sousa
integrum Consultoria